Tudo sobre o Dogo Argentino

Quem é apaixonado por cachorros gosta de estudar raças diferentes, que não se encontram facilmente por aí. Uma delas é o dogo argentino, que, embora seja parecido com o pitbull, tem suas especificidades: é o melhor cão de presa (voltado para a caça de animais grandes) do mundo. 

O seu porte pode assustar, mas acredite: quem tem um dogo argentino tem um amigo para a vida.

Se você procura por um cão forte, ativo e, ao mesmo tempo, calmo e protetor, vai gostar de conhecer a raça. 

Dogo argentino: tudo o que você precisa saber

Conheça mais sobre a raça e o que é preciso para cuidar bem dela:

História

O dogo argentino surgiu na década de 1920 e foi criado pelos irmãos António e Augustin Nores Martinez. Na época, eles desejavam um cão que fosse ideal para a caça de animais de grande porte, como pumas e javalis. Para isso, usaram como base o cão lutador de córdoba, raça atualmente extinta, e a misturaram com diversas outras;

  • dogue alemão;
  • antigo buldogue inglês;
  • bull terrier antigo;
  • mastim dos pirineus;
  • pointer inglês;
  • lébrel irlandês;
  • dogue de bordeaux;
  • boxer antigo;
  • mastim espanhol.

O intuito dessa grande mistura era que o animal herdasse características específicas de cada uma das raças, como inteligência, resistência à dor e mandíbula mais potente. Os irmãos também buscavam um cão totalmente branco para que pudesse ser facilmente encontrado durante a caçada. Além disso, precisava ser sem prognatismo (avanço da maxila e/ou mandíbula), com focinho longo e muita coragem. 

Depois de 25 anos de tentativa, surge o dogo argentino já na década de 1940. Apesar disso, a raça só foi reconhecida pela Federação Cinológica Argentina e pela Sociedade Rural Argentina em 1964. Em 1973, veio o reconhecimento pela Federação Cinológica Internacional (FCI). Já na década de 80, foi admitido no American Kennel Club (principal instituição da área) como “Miscellaneous Class” (raças que ainda estão em processo de reconhecimento oficial).

Nome

Apesar de “Dogo” lembrar o termo “dog” (a etimologia é a mesma), ele se refere a cães poderosos, fortes e musculosos. Além disso, é também utilizada para nomear cães mossoloides (do grupo mossolo), que costumavam ser utilizados para a caça de animais de grande porte.

Características

Por sua origem, o dogo argentino é valente, muito forte e tem um olfato apuradíssimo. Sua mandíbula foi “projetada” para caçar e prender com firmeza. 

É comumente criado para participar de competições. Além de ser muito utilizado como cão de guarda e presa, esse pet inteligente, leal e muito disciplinado pode ser utilizado como cão-guia e para trabalhar com a polícia, grupos de busca e salvamento e até com as Forças Armadas.

Porte

Como dito, o dogo argentino pode ser facilmente confundido com um pitbull. No entanto, é mais alto, crânio maior e focinho mais largo. É sempre branco, com lábios aderentes e preto, olhos escuros, orelhas médias e arredondadas na ponta. 

Quando ainda filhote, o cão pode ter o nariz (chamado de trufa) de cor rosada, mas a partir dos 3 meses de idade, ele será totalmente preto.

O dogo argentino costuma ter de 45 a 54 kg, mas pode chegar a mais de 60 kg de músculo puro. O macho tem 62 a 68 cm de altura, e a fêmea de 60 a 65 cm. Quando foi criado, uma característica buscada pelos irmãos Martínez foi a adaptação a diferentes temperaturas. Por isso, a raça não tem problemas nem com o calor, nem com o frio.

Suas orelhas costumam ficar em pé, indicando o estado de alerta constante do cão. Seu trote é bem amplo e indica sua alta capacidade para correr. 

Personalidade

Quem olha para o dogo argentino pode se assustar e achar que se trata de um cão perigoso. Afinal, ele se desenvolveu no meio da caça e da proteção de animais de grande porte. No entanto, esse cãozinho cativa por sua calma: só late quando julga extremamente necessário.

Ele não costuma ser agressivo com humanos, principalmente quando socializa desde cedo. Com o seu tutor, então, cria um amor incondicional. Inclusive, pode estar sempre acompanhado dos amigos e familiares do tutor sem problemas. O dogo ama a companhia e o contato humano. No entanto, se sentir uma “ameaça” a eles, vai ficar alerta.

Com a presença de estranhos, pode parecer hostil. Na verdade, é apenas cauteloso: ele só se aproxima quando tem certeza de que aquele indivíduo não oferece perigo ao dono.

Socialização

Essa facilidade em se socializar já não ocorre tanto quando falamos de outros animais. Afinal, ele nasceu para ser um cão de presa, por isso seu instinto de guarda e de caçador continuam.

Assim como ocorre com outros cachorros, portanto, o dogo argentino precisa ser socializado desde cedo. Senão, torna-se intolerante a outros animais e pessoas. Lembre-se de que, como a raça é muito forte, a socialização evita problemas causados por brigas.

O ideal é que ele não fique sozinho com crianças e animais, principalmente quando ainda está na fase de aprendizagem da socialização. Como ele é muito forte, pode pular nos pequenos de maneira bruta. Já com animais, acaba tendo um comportamento dominante. Mas esses problemas se resolvem com o adestramento.

Atividade física

É muito importante que o dogo argentino tenha uma rotina de exercícios físicos para manter sua musculatura fortificada e, claro, a saúde mental. A falta de atividades do tipo pode deixar o cão agitado. 

Além da força, o dogo argentino tem muita energia. Precisa de espaço para correr e brincar. Por isso mesmo, a raça não é a melhor escolha para quem mora em apartamento.

Adestramento

O adestramento é fundamental para qualquer tipo de cachorro. Dada a sua origem, com o dogo argentino a disciplina precisa vir logo cedo. Por isso, não é o cão mais indicado para tutores de primeira viagem.

O ideal é que o adestramento seja acompanhado de brincadeiras. Dependendo da ordem dada, o dogo argentino pode interpretar como uma bronca e ficar triste. Lembre-se de que adestrar não é brigar ou até mesmo ferir o cão, e sim usar de ferramentas para mostrar a ele o que é certo e o que é errado, o que deve ou não fazer a partir de determinado comando.

Higiene

O dogo argentino pode ficar até três meses sem precisar de banho, pois sua pele é muito sensível. Mas se o animal estiver muito sujo ou se o médico-veterinário indicar outro tipo de rotina, esse intervalo deve ser menor.

A sensibilidade da pele, aliás, exige um maior cuidado na hora de escolher xampus e condicionadores para o dogo. Procure por produtos neutros ou para pelagem branca. Após o banho, seque bem o animal para evitar problemas cutâneos. 

Expectativa de vida

Um dogo argentino vive por bastante tempo: sua expectativa de vida fica entre 10 e 15 anos, com média de 12 anos. Isso, claro, depende bastante das condições em que o animal é criado.