Cavalo Andaluz – Tudo Sobre

O cavalo andaluz é considerado o cavalo de sela mais antigo do mundo. Originária da Andaluzia, na Espanha, esta raça descende do cavalo ibérico que, vem de uma linhagem de cruzamentos das raças sorraia, berberes e árabes.

Inteligente, forte, resistente e ágil, o cavalo andaluz foi usado como montaria de guerra, uma vez que ele responde muito bem aos comandos do cavaleiro.

Conhecido como cavalo colonizador, o Andaluz é uma raça milenar que chegou ao Brasil no ano de 1549, trazido por colonizadores espanhóis. Há evidências de seu registro em pinturas que datam de 20.000 a. C.

Ainda vale lembrar que o cavalo andaluz foi amplamente criado em Portugal, onde pode ser chamado de Puro-sangue Lusitano e, na Espanha, onde também é conhecido como Puro-sangue Espanhol.

Na verdade, é muito comum por lá você escute também o termo ‘cavalo ibérico’, já que se trata de um cavalo típico do sul da península ibérica.

No entanto, para ser considerado um verdadeiro cavalo andaluz, ele deve ser originário da Espanha.

História do Cavalo Andaluz

Se por um lado somente pinturas retratam o cavalo andaluz em 20.000 a.C.; por outro é possível afirmar que por volta de 4.000 a.C. estes animais estavam sendo elogiados em campos de batalha, principalmente por suas habilidades.

Ainda podemos destacar que os cavalos andaluzes eram utilizados para exercícios equestres por guerreiros da era neolítica, isto é, a idade da pedra polida.

Acompanhe conosco: o cavalo andaluz atravessou a idade do cobre; a idade do ferro; e a idade do bronze, ou seja, trata-se de um animal que antecede, muito, a nossa era.

Por volta do ano de 1800, a raça andaluz quase ‘entrou em extinção’, por assim dizer. Porém, um trabalho árduo foi feito para que conseguisse garantir a pureza e a longevidade da raça.

Antigamente, mais precisamente na Idade Média, o cavalo andaluz era comumente chamado de cavalo dos reis, além de ser usado como palafrém de damas.

Isso acontecia justamente por conta de sua beleza, imponência e delicadeza, algumas das características mais marcantes desse cavalo.

Nos dias de hoje, embora haja um esforço conjunto entre os criadores da raça, o número de cavalos andaluzes puros permanece limitado.

E olhe que sua demanda é bem alta, sendo uma raça requisitada para:

  • Adestramento;
  • Touradas;
  • Eventos;
  • Feiras;
  • Saltos; e
  • Passeios.

Aliás, por apresentar um comportamento gentil e paciente, a raça de cavalo andaluz é tido como a ideal para lazer de famílias com crianças e/ou jovens cavaleiros.

O Andaluz na América, e no Brasil

Ainda seguindo a linha da história do cavalo andaluz, nos deparamos com o fenômeno da separação das placas tectônicas.

Especialistas dizem que geologicamente a entrada da raça andaluz na América é explicada através de um cataclisma geológico que abriu o estreio de Gilbratar, dividindo os continentes da Europa e da África, que antes eram unidas por terra.

Mesmo estando separados, ambos os continentes mantiveram as mesmas espécies de flora e de fauna, ou seja, ambos ficaram com cavalos andaluzes que se estabeleceram, em especial, nos litorais banhados pelo mediterrâneo, isto é, no sul da Espanha e no norte da África.

Foi a partir daí, saindo dos dois continentes, que a raça se espalhou pelo mundo.

No caso do Brasil, a história indica que os primeiros cavalos da raça chegaram ao país trazidos por Tomé de Souza lá em 1539. Depois, Antônio de Oliveira desembarcou alguns cavalos no Estado da Bahia; e Cristóvão de Barros, no Vale do São Francisco.

A título de curiosidade, saibam que o cavalo andaluz é a raça que deu origem aos outros cavalos tidos como tipicamente brasileiros, do sertanejo ao crioulo.

Até por conta disso, o cavalo andaluz também é conhecido como o cavalo colonizador, visto ter ‘contribuído’ para a formação de várias outras raças, entre as principais podemos citar:

  • Puro Sangue Inglês;
  • Hannover;
  • Cliveland;
  • Anglo Normando;
  • Limosino;
  • Hackneys;
  • Trakehner;
  • Hanoveriana;
  • Oldenburgo;
  • Holstein;
  • Holsteiner;
  • Quase todas as raças italianas;
  • Os trotadores franceses;
  • E uma boa parte dos cavalos da América.

Criação do cavalo andaluz

Uma das coisas mais importantes para se salientar quando se fala de criação do cavalo andaluz é que os criadores realmente são dedicados ao extremo quando o assunto é manter a linhagem da raça.

Na Andaluzia, por exemplo, a criação de cavalo andaluz se concentra mais em Jerez de la Frontera, em Córdoba, e em Sevilha, locais preservados pelos mosteiros cartuxos.

Já no Brasil, a raça andaluz é formada através do cruzamento de reprodutores do cavalo puro sangue lusitano e do cavalo pura raça espanhola, podendo ser entre si, ou ainda, através de cruzamentos absorventes destes reprodutores com éguas brasileiras.

O Brasil, no entanto, possui um dos melhores rebanhos de cavalos andaluzes do mundo, um verdadeiro orgulho, principalmente para os proprietários, produtores e criadores da raça.

Qual a diferença entre o cavalo andaluz e o cavalo lusitano?

Na verdade, a diferença tem mais a ver com a região onde o cavalo é criado.

O cavalo andaluz é chamado de Puro Sangue Lusitano quando criado em Portugal, e, se criado na Espanha é chamado de Puro Sangue Espanhol. Foi exatamente após a Guerra Civil Espanhola que houve a divisão do nome da raça.

No entanto, vale frisar que mesmo a criação sendo em locais diferentes, a origem é a mesma.

Ainda a título informativo, um cavalo que foi certificado pelo stud book espanhol é denominado PRE – Pura Raça Española (cavalo espanhol puro), que aliás, é uma distinção rara.

Outros cavalos que não passam pelos padrões do stud book – o livro do garanhão -, seja por conta de conformações imperfeitas ou pela pelagem, são denominados como andaluzes, ou seja, sem a distinção da raça pura, mesmo conservando a maioria das qualidades de um verdadeiro Pura Raça Espanhola.

Veja também: Principais raças de cavalos no mundo

Principais características do Cavalo Andaluz

Pode-se dizer que várias raças influenciaram o desenvolvimento do cavalo andaluz, entre elas os cavalos celtas e os árabes.

Com grande influência do berbere, responsável pela bravura, pela robustez, pelo ardor e pela agilidade; e da sorraia, responsável pela grande força e resistência, o cavalo andaluz tem usos destacados em sela, tourada, adestramento e shows.

Com estatura que pode variar de 1,48m a 1,56m; seu peso, entre 400 e 450 kg; e seu perímetro torácico, entre 1,77m e 1,83m, o cavalo andaluz é considerado um animal de porte médio.

Porém, com grande altivez e presença, pois ao mesmo tempo que possui movimentos ágeis, elevados, extensos e energéticos, apresenta uma suavidade singular, bem própria do cavalo andaluz.

De garupa arredondada; com um pescoço pequeno que fica sempre erguido; de orelhas pequenas e atentas; e olhos brilhantes, fazem do cavalo andaluz um belo modelo cavalar.

Aliás, estas características fazem do andaluz um dos cavalos mais ideias para o hipismo amador, em especial em provas de adestramento, onde executa qualquer tipo de movimento de alta escola, com suavidade, graça e beleza que lhe é peculiar.

Caráter nobre e dócil, temperamento vivo, de grande inteligência, graça e beleza complementam as principais características do cavalo andaluz.

Outro ponto positivo que os criadores e proprietários de cavalos andaluzes destacam é o seu alto poder digestivo, que faz com que ele se mantenha mesmo em condições precárias de alimentação, coisa que não aconteceria com outras raças.

Até por conta disso, alguns dizem que a manutenção de um cavalo andaluz se torna mais econômica quando comparada, por exemplo, com cavalos de puro sangue inglês.

Mas isso não significa, em hipótese alguma, que o cavalo andaluz possa passar fome ou sede, pois isso seria maltrato. O que se distingue, no caso, é como controlar e balancear a alimentação.

A pele do andaluz é fina, assim como seu pelo. Sua crina também é fina, ondulada, abundante e sedosa. Seu rabo é comprido e esvoaçante.

Em relação à pelagem, pode-se dizer que as cores mais escuras são mais predominantes. Geralmente um andaluz é cinza, preto ou castanho. Também se encontra a pelagem alazã, contudo, é mais rara.

Ao longo dos séculos, a cor cinza era a mais escolhida, por isso a maior incidência dos cavalos andaluzes nesta tonalidade.

Dono de um corpo compacto, contudo de grande poder, o cavalo andaluz pode percorrer distancias mais longas sem se esforçar muito, desde que com um cavaleiro mais experiente.

Um cavalo amado por todos…

É comum você ouvir dizer no meio que o cavalo andaluz é uma raça amada por todos, em especial por seu comportamento gentil, amoroso e paciente.

Além, é claro, de sua versatilidade, pois o cavalo andaluz se permite ser treinado tanto para adestramento clássico, quanto para salto, lata escola, tração ligeira e doma de campo. E todas com grande destaque.

Trata-se de um animal de fácil adestramento, estável e que dificilmente recuará em situações caóticas, o que enaltece sua coragem.

Até por conta disso, o andaluz, que é o cavalo de sela mais antigo do Ocidente, era considerado o queridinho de gregos e romanos, sendo uma raça altamente valorizada como um cavalo de guerra.

É fácil se apaixonar por um andaluz, pois quando nos deparamos com um lusitano vemos um cavalo de espírito guerreiro e dócil, em um conjunto harmonioso de músculos e movimentos singulares.

Confira também nosso guia completo do Cavalo Crioulo!

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